Isto não é todos os dias, só às vezes, muito raramente, ou coisa e tal. Mas apetece-me escrever um post sobre o nada, como quem não quer a coisa...
Aviso prévio: não sei se vai sair alguma coisa de jeito, se estiver com pressa, passe à frente e não perca o tempo a ler este post.
Então é assim, à falta de algo interessante para contar, resolvi divagar, (olha que esta até rimou!!), sobre o nada.
O nada à primeira vista não é nada, mas vendo bem até é alguma coisa...
Por exemplo, quando alguém pergunta o que se passa, a resposta invarialmente, acaba no nada e esse nada, tem sempre alguma coisa por trás.
Lembrei-me agora que o nada é um excelente desbloqueador de conversa:
"- Então pá, o que se passa?
- Eh pá, nada.
- Não me lixes... Tens cara que se passa alguma coisa...
- Eh pá já te disse k não se passa nada...
- Hummm, não se passa nada ou não queres contar?
- Ok, pronto. Já que insistes..."
Este é um bom exemplo de que o nada é sempre alguma coisa, e até desconfio que o nada quando usado como resposta tem tendências para contar tudo. É que pensando bem entre o nada e o tudo, não existe um meio-termo…
Por isso o nada é melhor que o tudo:
"- Então pá, o que se passa?
- Eh pá, tudo..."
É arriscado responder tudo, é como entregar todo o ouro ao bandido, mostrar que se está desesperado para contar o que se passa, por isso o nada é perfeito para tudo.
Isto do nada até se aplica a tudo o que é situação, imaginemos:
Vai um casal de namorados a passear de mão dada e assim do nada surge uma gaja boa com tudo no lugar.
Obviamente, porque ninguém é de ferro, o namorado lança um lamiré, para a gaja que veio assim do nada com tudo no sitio.
A namorada que também não é nada parva, topou tudo e pergunta:
"- Olha lá, tás a olhar pra onde?"
(inevitavelmente o namorado responde)
"- Pra nada..."
(e seguem juntos de mão dada como se não tivesse passado nada).