Imagem retirada numa pesquisa no google
A "Silly Season" é a época do ano que coincide com o "pico" do verão, neste querido mês de agosto, a ausência de fatos relevantes leva a comunicação social a noticiar todo o tipo de "notícias" que pouco ou nada têm de interessante para a intelectualidade de um povo. Desde as festas, aos romances, aos casos, aos encontros e desencontros dos famosos e menos famosos tudo vale para ser "notícia".
Sempre ouvi falar nas paixões e das amizades de verão. Pessoalmente nunca embarquei nessas aventuras. Não é que seja um preconceito meu, pelo menos consciente, talvez seja mais uma convicção, mas sempre senti que essas relações são supérfluas, têm sentido nos dois ou três meses desta estação, depois as temperaturas arrefecem e o mesmo se passa com essas relações.
O meu verão tem sido, tudo menos supérfluo, estou a erguer aos poucos o meu castelo e tenho canalizado todo o meu dinheiro na minha casinha. Poderiam dizer que "este gajo não vive a vida", vivo sim, mas de forma diferente, prefiro gastar as minhas poupanças em algo palpável que me fará render algum conforto no futuro.
Confesso que não tem sido fácil resistir às tentações de verão. Mas prefiro gastar o dinheiro naquilo que me é realmente importante, do que gastar em jantaradas, petiscadas, copos e discotecas.
Nesta época gosto de observar as pessoas e os seus comportamentos, sem as julgar, porque não sou de julgar ninguém, apesar de gostar de uma boa cusquisse.
Há quem faça quilómetros para ir para os sítios da moda, ver as mesmas pessoas, e voltar com as mesmas histórias do ano anterior. Há quem aposte a sua silly season em novas amizades, novas vidas e novos hábitos. E há aqueles que pura e simplesmente fogem disto tudo e viajam para fora daqui.
Confesso que, (e já vou na segunda de hoje!) os que me fazem mais inveja são os viajantes, porque sempre adorei viajar e há uns três/quatro anos (já perdi a conta!) que não viajo. E viajar faz-nos bem, é uma forma de podermos fazer um reset às nossas vidas e voltar com energias positivas carregadas, não só pela experiência cultural da viagem em si, mas também por sairmos da nossa zona de conforto e rotina diária.
Como disse à dois parágrafos atrás, observo os vários tipos de pessoas sem qualquer tipo de julgamento, cada um sabe de si e cada um sabe o que quer para a sua vida. Se mais cedo ou mais tarde estarão de acordo com o que disse nos primeiros parágrafos, é com elas e cabe a elas mesmas tirar as suas próprias conclusões. O que importa no final das contas é que se viva, de forma intensa, seja na silly season ou no resto do ano.
Em jeito de conclusão, felizmente tenho o tal castelo para levantar, porque tive uma vontade imensa para ser mais um silly desta season, o chamamento foi forte mas a capacidade de resistir e a vontade de erguer muralhas a esse capricho supérfluo foi mais forte.
Passei muitos momentos sozinho, de completa solidão e tristeza sem fim, como nunca tinha sentido antes e cheguei a desviar-me do caminho que tinha traçado.
Não me orgulho de dizer, mas nos momentos que me senti mais só fui para o casino de Lisboa, para estar no meio de gente, de estranhos que têm maus hábitos de vida. Constatei que facilmente se cai nessa vida, perdi algum dinheiro, nada de grave mas que me teriam dado muito jeito para as prioridades que tinha estipulado.
Tenho a coragem de desabafar o meu momento silly desta season que nada me orgulha, mas que ficará aqui gravado e que me fará recordar que mesmo em momentos de solidão, há muito mais coisas a fazer para combater esse sentimento!
Desejo a todos uma feliz silly season!
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